Na última sexta-feira (02), uma operação conjunta entre a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal resultou na detenção de 17 homens que estavam simulando trabalhos de manutenção subterrânea na Rua Manoel Moreira Farrapo, no centro de Salto de Pirapora. Os indivíduos, equipados com uniformes e ferramentas, foram flagrados enquanto realizavam furtos de cobre em diversos pontos da cidade e que causaria um prejuízo estimado em torno de R$ 500 mil reais de forma direta, com aproximamadamente 10 toneladas de cabos. A quantidade de cobre recuperada foi de cerca de 10 toneladas.
O representante da empresa Vivo relatou que, no dia 1º de agosto de 2024, a empresa começou a receber reclamações de seus clientes na Comarca de Salto de Pirapora/SP sobre a falta de sinal de telefonia e internet. Técnicos foram enviados ao local e constataram o desaparecimento de aproximadamente 1.400 metros de cabo. A empresa acionou a Guarda Municipal e obteve imagens de câmeras de segurança próximas que mostravam diversas pessoas em uma Kombi branca com o logo de uma empresa chamada M.A. e um caminhão "munck" retirando os cabos.
O representante da Vivo informou que não havia nenhuma ordem de serviço para outras empresas retirarem o cabo, muito menos para a empresa M.A. Telecomunicações, desconhecida pela Vivo. A única empresa autorizada a realizar manutenção no cabeamento da Vivo é a empresa TEL. As informações foram passadas para a Guarda Municipal, que localizou os mesmos indivíduos se preparando para retirar mais cabos, mas que ainda não haviam iniciado os trabalhos. Ao verificar os objetos encontrados pela GCM, a empresa confirmou que todos os cabos eram de propriedade da Vivo.
Durante a abordagem, os suspeitos apresentaram notas de serviço em nome da empresa Oi, que foram rapidamente identificadas como falsificações pelos policiais. Em uma ação decisiva, o Cabo da PM Crozatti interrogou um dos detidos, que revelou a localização do restante do material furtado em um galpão na cidade de Araçoiaba da Serra. As viaturas se deslocaram imediatamente para o local, onde encontraram uma quantidade significativa de cobre, subtraída na noite anterior no bairro do Campo Largo e em outras áreas.
A operação resultou na apreensão de dois caminhões, uma Kombi, crachás falsificados, ferramentas e aproximadamente três toneladas de cobre. Todos os itens foram encaminhados para a delegacia de plantão em Votorantim, onde as 17 pessoas detidas foram formalmente indiciadas.
Prejuízo direto seria de aproximadamente R$ 500 mil em cerca de 10 toneladas
Combate ao Comércio Ilegal de Cobre
O comércio ilegal de cobre proveniente de furtos representa uma grave ameaça tanto para as empresas de telecomunicações quanto para a infraestrutura das cidades. O prejuízo financeiro é enorme, com danos que podem se estender para os serviços essenciais fornecidos à população. Estima-se que, além dos R$ 500 mil reais em prejuízos diretos, o impacto sobre os serviços de telefonia e internet acaba causando transtornos significativos para milhares de clientes.
A facilidade de vender cobre furtado para ferros-velhos e sucateiros, que muitas vezes não exigem comprovação da origem do material, incentiva essa prática criminosa. As autoridades destacam a necessidade urgente de fortalecer as leis que regulam o comércio de metais, exigindo documentação rigorosa e fiscalizando com mais intensidade os pontos de venda de sucata.
Ação Conjunta das Forças de Segurança
O sucesso desta operação destaca a importância da colaboração entre a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal na prevenção e combate ao crime. A ação rápida e eficiente das forças de segurança impediu um prejuízo ainda maior para as empresas e a comunidade local. As autoridades também apresentaram imagens da quadrilha, que serão fundamentais para o prosseguimento das investigações. A maioria dos suspeitos é oriunda do estado do Rio de Janeiro, indicando uma operação criminosa de grande escala.
Compromisso com a Segurança e Ordem
A investigação seguirá para identificar outros possíveis envolvidos e garantir que os responsáveis enfrentem as consequências legais de seus atos. Este caso reforça o compromisso das autoridades de Salto de Pirapora em manter a segurança e a ordem na cidade, protegendo o patrimônio e a tranquilidade de seus cidadãos.
Para combater efetivamente o comércio ilegal de cobre, é fundamental uma abordagem integrada, envolvendo não apenas as forças de segurança, mas também órgãos reguladores, empresas de telecomunicações e a comunidade. A implementação de políticas mais rigorosas e uma fiscalização eficaz são passos essenciais para garantir que o comércio de cobre proveniente de furto chegue ao fim.
Também conversamos com o Cabo Jimi, que durante os último 10 anos atuou como Coordenador do Programa Vizinhança Solidária da Zona Oeste de Sorocaba, que desde o ano passado vem apontando para essa triste realidade. Ele destacou a necessidade urgente de fechar todos os ferros-velhos clandestinos, não só em Sorocaba, mas em todo o Brasil. "Essa atividade criminosa alimenta usuários de drogas em todo o país, que invadem residências, estabelecimentos comerciais, empresas, postos de saúde, igrejas, centros esportivos, parques, causando um prejuízo imenso ao contribuinte, como vêm acontecendo com frequência em Sorocaba. Enquanto existir quem compra esse cobre furtado, seja em que quantidade for, teremos problemas estruturais como usuários andando pelas ruas, causando aborrecimento à população e às estruturas operacionais", explicou Cabo Jimi.
O policial ainda ressaltou a importância de criar leis que proíbam esse tipo de comércio de cobre como sucata. "Não basta apenas fechar esses estabelecimentos clandestinos, é necessário ter leis rigorosas que acabem com esse tipo de comércio ilícito de quaisquer ferros-velhos que pratiquem esse tipo de 'negócio'", ressaltou Cabo Jimi. Ele defende essa prioridade, inclusive, como candidato a vereador por Sorocaba.
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